Deveríamos parar e refletir um pouco mais sobre os isentões da atualidade. Eles são modernos, sorrateiros e capazes de falsear o relacionamento, sendo duas pessoas em uma só, de acordo com a situação.
Poderíamos aqui relembrar os críticos por exemplo dos governos Lula na época do petrolão e Lava Jato, os governos do PSDB em Minas, era que o Estado pouco evoluiu, os governos frequentes do ex-prefeito José Roberto, o governo de Bolsonaro e os últimos em sequência, Fernando Pimentel e Zema.
Os isentões são capazes de não assumir a responsabilidade do voto dado a algum político e sempre usam o chavão de "essa culpa eu não carrego", quando na prática o sujeito é incapaz de fazer uma autorreflexão. Uma medida honesta que deveria ser de cada indivíduo é aquela em que se assume o voto dado e quando tal político não tenha mais lhe representado, podendo você tornar um crítico coparticipativo daquela situação.
Os exemplos dos personagens citados acima estão por toda Leopoldina, infelizmente. Sempre deparo com os isentões que desta vez "não votaram" em Pedro Augusto e Totonho Pimentel, só porque alguma coisa não está perfeitamente alinhado com sua visão, claro, com suas opiniões. Imagino que os quase 90% da população que tenha votado em Pedro Augusto, volta e meia é possível encontrar críticos que simplesmente diz "eu anulei meu voto", outro diz "eu nem fui votar" e ainda os que afirmam "não pactuo com coisas erradas", mas, os números certamente desmente os isentões.
Saindo um pouco da política local e subindo pro último andar, cerca de 60 milhões gargalharam, aplaudiram e soltaram fogos quando Lula derrotou Bolsonaro em 22, claro, não é o 22 do PL, mas sim o ano de 2022. Desde então, quando escrevo acerca da minha visão política, percebo que os isentões pouco a pouco foram aparecendo, simplesmente na cara dura dizendo que não votou nele, mas também não votou em Bolsonaro ou em outro nome nem que seja no primeiro turno.
Enfim, os isentões estão por aí, agora saindo pouco a pouco em pesquisas sobre a popularidade e rejeição, e lá os números indicam que os isentões só cresce diariamente. Não sei se é má fé mesmo, ou se é torcer pelo quanto pior, melhor. O problema do Brasil está nas costas dos isentões que se quer tem capacidade intelectual e cognitiva de pensar sobre a dura realidade que afeta os bons e os maus, inclusive quem não tem nada a ver com isso.
A família dos isentões são aqueles que nem sempre aparecem fazendo campanhas, nada postam sobre política, não discutem os temas caros e importantes numa democracia e quando o cinto aperta, lá estão eles criticando, estendendo bandeiras e arvorando para si que não fizeram parte da escolha dos agora rejeitados. Então seria simples se fossem corajosos e não omissos, senhores isentões.
Na realidade os isentões permeiam o centro da democracia, atendem a todos, isso significa que para agradar todo mundo preferem não assumir as responsabilidades, mas que num tempo futuro são capazes de fazer parte daquele velho grupo de camaleões soltos na mata, camuflados esperando uma presa ou se escondendo de um predador. Não é isentões?
Eu por exemplo carrego uma imensa dor de ter dado um voto caro, que tem custado muito na democracia do país, ao meu povo mineiro e brasileiro. Em 2018 quando alinhado ao conceito de grande parte dos mineiros, trabalhando para impedir a eleição da ex-presidenta Dilma Rousseff, resolvi também apoiar o sr Rodrigo Pacheco e Carlos Viana, dois votos dados como os melhores. Na época eu tinha uma outra opção até de um nome ligado aos evangélicos, mas como não havia chances, preferi somar forças aos dois nomes então.
Em 2022, Cleitinho também não era o meu preferido, afinal ele havia feito umas coisas que não agradei e ainda tenho dúvidas sobre ele, mas ele é um embaraço simples e mais fácil de tolerar ou resolver. Já o Rodrigo Pacheco, este indivíduo foi uma tremenda decepção. Caladinho como sempre, não agiu dentro das linhas escritas pela Constituição Federal e deixou o país caminhar pro famoso totalitarismo. Ele era o cara que tinha responsabilidades imensas, mas preferiu ser um isentão de plantão, agiu como Pilatos numa era moderna.
Me lembro da primeira ida de Rodrigo Pacheco e Arthur Lira ao Supremo Tribunal Federal após serem eleitos para as casas legislativas. O discurso contra os abusos praticados por ministros do STF era um quando precisavam dos votos, mas após aquela reunião, pareciam dois cachorrinhos voltando com os rabinhos entre as pernas após um insulto de um animal maior. Era exatamente essa a minha visão de ambos. Dali adiante, nada feito - os isentões estavam eleitos e pronto. Tinha que esperar dois anos de novo, e depois mais dois anos e pelo visto mais dois anos.
Haja tempo e paciência para aguentar os isentões, sejam eles do povo ou para o povo e contra o povo. Sempre os isentões são problemas e precisamos nos precaver com essas pedrinhas no sapato, pois custa caro demais uma democracia relativa.
Repare que os isentões sempre afirmam que todos são iguais, apesar dele saber distinguir um e outro, mas no fim, sempre escolhem o que convém aos aspectos pessoais, que lhe garante vantagens e não a quem pensa realmente numa sociedade por inteira, sem distinção de cor, crenças, raças, culturas e costumes. Os isentões realmente é a parcela mais corrupta e irresponsável com que temos que nos preocupar. É uma vantagem que eles tem e não eu ou nós que temos um lado definido e que todos sabem.
por Josué Oliveira
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